O que é Síndrome de Irlen e como tratar

Você já ouviu falar de pessoas que enxergam as letras se “mexendo”, “tremendo” ou “desaparecendo”? Essas pessoas podem ser portadoras da Síndrome de Irlen, também conhecida como Síndrome da Sensibilidade Escotópica. 

A Síndrome de Irlen é uma condição hereditária que causa a alteração da visão, fazendo com que os portadores tenham também sensibilidade à luz, dificuldade para focar em palavras e dor nos olhos. 

De acordo com a especialista Márcia Guimarães, a síndrome atinge de 12-14% da população, sendo considerada, portanto, uma situação comum. Quer saber mais sobre esse problema? Te explicaremos a seguir. 

O que é a Síndrome de Irlen?

Por conta de uma dificuldade de adaptação à luz, o córtex visual possui alterações que causam a Síndrome de Irlen. Descoberta em agosto de 1983, a doença afeta crianças e adultos e se manifesta, principalmente, em momentos em que a visão é mais utilizada: períodos escolares e acadêmicos. 

Apesar de ser muito comum aparecer durante a infância, os primeiros sintomas também podem se manifestar em qualquer idade. 

Até o início dos estudos da doença, muitas pessoas eram consideradas analfabetas funcionais pelas dificuldades que apresentavam para ler. Hoje, com a evolução dos estudos e da tecnologia, a descoberta e o tratamento da Síndrome são mais fáceis. 

Pessoas que apresentam dislexia, autismo, déficits de atenção e hiperatividade normalmente apresentam, também, sintomas da Síndrome de Irlen. 

Sintomas 

Os sintomas dessa síndrome são diversos. Normalmente, eles se manifestam em exames em que a pessoa passa por diversos estímulos visuais e luminosos, como luz solar, luzes fluorescentes e faróis de carros. 

Alguns deles são: 

  • Fotofobia (sensibilidade à luz muito forte e preferência à locais escuros);
  • Dificuldade em focar a visão e em manter o foco conquistado; 
  • Problemas para focar e identificar objetos tridimensionais;
  • Dificuldade na percepção de profundidade; 
  • Visão cansada;
  • Dores de cabeça (principalmente na área próxima aos olhos);
  • Sensação de que as letras estão se mexendo, vibrando, se aglomerando ou desaparecendo;
  • Dor nos olhos;
  • Lacrimejamento e ardência ocular;

Nem todas as pessoas que têm a síndrome apresentam todos os sintomas de uma vez. Porém, por conta deles, pessoas que possuem a doença têm mais dificuldades para ler. Isso porque acabam desenvolvendo estresse visual ou astenopia (desconforto combinado à sensação de ardência e ressecamento dos olhos). 

Além disso, pessoas com essa condição também possuem necessidade de piscar enquanto leem, coceira, olhos vermelhos e lacrimejantes e necessidade de apertar os olhos. Outras atividades simples também acabam sendo mais difíceis, como praticar esportes, por exemplo. 

Tratamento 

Para tratar a Síndrome de Irlen, o primeiro passo é, sempre, buscar a ajuda de especialistas. O tratamento consiste em realizar acompanhamento tanto com oftalmologistas como com psicólogos. Avaliações educacionais e pedagógicas também podem ser necessárias, principalmente em se tratando de pacientes crianças. 

O baixo desempenho escolar pode ser ligado, também, à problemas como dislexia. Dessa forma, é necessário realizar um diagnóstico correto para que o tratamento também seja adequado. 

Como a Síndrome de Irlen têm diversos sintomas e pode se manifestar de formas diferentes, o tratamento será específico para cada tipo de situação. Dessa forma, além do acompanhamento com diversos profissionais, pessoas que têm essa condição precisam evitar ambientes desconfortáveis e, principalmente, realizar exercícios que estimulem a cognição e a concentração.

Utilizar transparências coloridas também é uma forma de diminuir o desconforto no momento da leitura, por exemplo. 

Tem algum desses sintomas e quer cuidar dos seus olhos de maneira ainda mais saudável? Entre em contato com a Clínica de Oftalmologia Integrada (COI). Somos especialistas em saúde dos olhos e estamos prontos para te atender.

Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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